Existe, há muito tempo, uma série de discussões sobre o quanto a irradiação de ondas eletromagnéticas interferem em nossa saúde. Há os que acreditam que a instalação de antenas de telefonia celular (chamadas de Estação Radio Base - ERB) em áreas residenciais causam doenças como câncer. Em várias partes do país ocorrem manifestos contrários à instalação de antenas, como no Distrito Federal e em Criciúma-SC.
Nos Estados Unidos, mais especificamente no estado de Washington, moradores protestam também com relação à instalação dessas antenas. Enquanto isso na Nova Zelândia, pais de alunos se preocupam com
a instalação de redes wi-fi nas escolas, pedindo ao governo testes para a comprovação da segurança das redes.
Esta é uma tendência que cresce a cada dia. Pequenos grupos têm protestado sobre o tema em vários estados do país e no mundo. Existem inclusive algo como 30 grupos de suporte internacionais que afirmam sofrer dos efeitos da radiação e de outros dispositivos. Já existem, inclusive, comunidade "radiation-free" para que se evitem os possíveis efeitos do wi-fi e telefones celulares.
Por que as pessoas estão se assustando tanto?
As preocupações são dirigidas pela crença que para algumas pessoas que radiação das invisíveis ondas eletromagnéticas emitidas pelos gadgets modernos podem causar todo o tipo de efeitos nocivos à saúde de imediato. Dor de cabeça, vertigens e dores no peito são alguns dos supostos sintomas. Isto é conhecido como hipersensibilidade eletromagnética, sendo retratada de maneira exagerada inclusive em uma série do Netflix chamada Better Call Saul. Onde o ator Michael McKean interpreta um sócio de um escritório de advocacia que não pode, supostamente, ficar próximo de equipamentos eletromagnéticos (veja abaixo). Ele inclusive se veste com uma roupa metalizada para "inibir" ou "atenuar" as ondas em seu corpo quando sai de casa, já que ele não pode desativar os equipamentos eletrônicos da rua.
Naturalmente o caso retratado na série é um problema psicológico, sendo que o que estamos tratando neste artigo segue uma outra vertente: os problemas a longo/curto prazo que uma antena de telefone celular, wi-fi ou qualquer outra tecnologia pode trazer de malefícios. Mas, não deixa de ser um fato curioso.
Por sinal, a possibilidade dos telefones celulares causarem problemas em longo prazo - como câncer - algo que é altamente improvável segundo a melhor fonte que encontrei, o National Cancer Institute (NIH) - nos Estados Unidos.
Pessoal, o ponto é o seguinte: não importa o quão intuitivo e razoável esta ideia pareça ser, os cientistas têm feito testes durante décadas e não encontraram nenhuma evidência que a radiação produzida por telefones celulares ou wi-fi realmente fazem as pessoas ficarem doentes.
Eis um trecho do site do NIH:
"The only consistently recognized biological effect of radiofrequency energy is heating. The ability of microwave ovens to heat food is one example of this effect of radiofrequency energy. Radiofrequency exposure from cell phone use does cause heating to the area of the body where a cell phone or other device is held (ear, head, etc.). However, it is not sufficient to measurably increase body temperature, and there are no other clearly established effects on the body from radiofrequency energy."
Ou seja, a única coisa que as ondas eletromagnéticas fazem é esquentar o local onde elas incidem. Isso se você estiver muito próximo dessa onda, como em um celular. Mas não são as ondas que estão torrando seu cérebro, é apenas um pouco que calor que fazem arder as suas orelhas. Esse efeito já é
conhecido e usado na indústria. Afinal, é assim que os fornos de microondas funcionam. Assim, você já tem uma desculpa plausível para dar pra sua mãe/esposa/serhumanoquetemmedoqueocelularexploda. O celular não vai explodir (não vale para usuários do Galaxy Note 7), não há indício que você terá câncer ou outra doença.
Um abraço!
Bruno
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